2006/03/24

Pra todas as vândalas

Aproveitando que ainda é março (porque já quase não é) , recordo que este mês é encarregado pelo Dia Internacional da Mulher...Dia Internacional da Mulher!!! Fiquei pensando no que isso significava durante o desfile lilás que fizemos na Paulista, nesta ocasião. Cada uma tão diferente da outra...de que mulher se está falando? Da velhinha que acompanhava a marcha com dificuldade e que já teve que se queimar muito em ferro de engomar? Ou das duas meninas que se beijavam carinhosamente sob o olhar desaprovador da mesma velhinha? Da Irmã Alberta, padroeira do mais velho acampamento rururbano do MST-São Paulo? Ou da menina alegre que carregava na camiseta os dizeres Faço sexo sempre que quero, Engravido só quando posso (ou o contrário...)?
Somos tantas quanto somos. Algumas carregavam seus filhos nos braços e relatavam a vitória de estarem ali. Eu, anônima, escapei da aula onde minha ausência não incomodava a ninguém. Nem mesmo às mulheres. E podia estar ali ou em algum bar bebendo nosso Dia.
E é esse o barato de estar ali!
Lembrei-me do que havia escrito uma vez quando me perguntei o que era ser mulher:
Somos todas um amálgama de identidades que se confundem nas nossas lutas diárias da busca pelo que somos nós. Sou trabalhadora. Sou latino-americana. Sou corinthiana. Sou mulher. Esta última é um dado do meu ser do qual eu não posso me furtar, esconder, não pensar, resolver. Eu sou.

Porque a nossa (r)existência não acaba no 8 de março!!

E se conhecimento fosse pra todo mundo, a gente não estaria estudando eucalipto!!!

J.